sexta-feira, 1 de outubro de 2010

AS CORRENTES MODERNAS NA ARQUITETURA BRASILEIRA - Por Julyanna Duarte

SUMÁRIO

SEMANA DE ARTE MODERNA 1922...................................................................
GREGORI I. WARCHAVCHIK...........................................................................

A PRIMEIRA CASA MODERNISTA DO BRASIL ...........................................

OS MANIFESTOS DO FUTURISMO NA ARQUITETURA ............................
FLÁVIO DE CARVALHO ...................................................................................
EXPRESSIONISMO ............................................................................................
ORGANICISMO ..................................................................................................
RACIONALISMO ................................................................................................
FUNCIONALISMO .............................................................................................
FORMALISMO .......................................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................



SEMANA DE ARTE MODERNA 1922.

A Semana de Arte Moderna , também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal.
Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia, literatura e música, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados do modernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti, Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou.
Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança.
 
GREGORI I. WARCHAVCHIK
Foi um dos principais nomes da primeira geração de arquitetos modernistas do Brasil.
Chegou ao Brasil em 1923. Naturalizado brasileiro, entre 1927 e 1928, projetou e construiu para si aquela que foi considerada a primeira residência moderna do país.
Warchavchik nasceu na cidade de Odessa, Ucrânia, então parte do Império Russo. Iniciou os estudos de arquitetura na própria Universidade Nacional de Odessa.
Em 1918 muda-se para Roma, Itália, ingressando no Regio Istituto Superiore di Belle Arti, diplomando-se em 14 de julho de 1920. Passa os dois primeiros anos de formado trabalhando para o professor e arquiteto neoclássico Marcello Piacentini (1881-1960), mais tarde conhecido como l'architetto del regime (fascista), e dirige a construção do Cinema-teatro Savoia (1922), em Florença.
Chega ao Brasil em 1923, no auge da vanguarda modernista, apenas um ano após a Semana de 22, encontrando aqui uma predisposição à aceitação das ideias que ele trazia da Europa - os preceitos de Walter Gropius, Mies van der Rohe e Le Corbusier e já empregado pela Companhia Construtora de Santos, dirigida por Roberto Cochrane Simonsen, primeiro intelectual brasileiro a defender o trabalho racional dentro da indústria, seguindo a escola do taylorismo e do fordismo.
Em 1925, Warchavchik, escreve aquele que seria o primeiro manifesto da arquitetura modernista no Brasil, publicado inicialmente em italiano no jornal Il Piccolo no dia 15 de junho, intitulado "Futurismo?", posteriormente traduzido e republicado pelo Correio da Manhã em 1º de novembro, como "Acerca da Architectura Moderna". No mesmo ano, Walter Gropius iniciava a publicação dos Bauhausbücher, com a obra Internationale Architektur. Pode-se dizer que poucas e relativas dissonâncias separam seu documento ao do mestre alemão.
No artigo de Warchavchik, são expostas algumas ideias do arquiteto sobre o novo padrão de estética arquitetônica que estava florescendo. Segundo ele, assim como as máquinas que acompanhavam a evolução tecnológica, os edifícios também precisavam se modernizar, pois são verdadeiras "máquinas de morar" - não apenas no sentido das técnicas construtivas, que ficavam a cargo dos engenheiros da época, mas principalmente em relação à "cara" da construção. A crítica ao ornamento é feita de forma veemente: detalhe inútil e absurdo, imitação cega da técnica da arquitetura clássica, tudo isso era lógico e belo, mas não é mais. Para ele, o estudo da arquitetura clássica deveria servir apenas para dar ao arquiteto um sentimento de equilíbrio e proporção, do contrário, estaríamos fadados a viver em verdadeiras réplicas antiquadas, que destoavam totalmente dos equipamentos modernos, dos costumes modernos, enfim, da vida moderna.
Neste sentido, defendeu fortemente a produção de uma arquitetura livre dos legados do passado, e que refletisse a época da modernidade - lógica e livre de ornatos.
Mesmo tendo em seus conhecimentos extensa cultura clássica e ainda convivido com Marcello Piacentini, o qual publicaria em 1930 o livreto Architettura d'oggi, atacando a nova arquitetura e afirmando que esta lhe parecia um produto efêmero, Warchavchik se mostra fiel ao movimento que se processava e aos seus estudos sobre os novos materiais.

A primeira casa modernista do Brasil

Em 1927, em função de seu casamento, Warchavchik começa a construir para si, na rua Santa Cruz, bairro de Vila Mariana, em São Paulo, aquela que seria considerada a primeira casa modernista do país, concluída em 1928. O projeto, a construção, a decoração, os interiores, os móveis e as peças de iluminação, são de autoria do arquiteto. Mina Klabin Warchavchik, além de contribuir financeiramente com a construção, inclusive dispondo de terreno de sua familia para tal fim, colaborou com o projeto paisagístico para o jardim - eventualmente também considerado o primeiro projeto paisagístico moderno do país, embora tal afirmação também encontre divergências.
O projeto da casa deu origem a uma das mais relevantes polêmicas do movimento moderno, provocado pelo arquiteto Dácio de Morais, que criticou asperamente Warchavchik em artigos do Correio Paulistano. O projeto para a casa teve como objetivo a racionalidade, o conforto, a utilidade, uma boa ventilação e iluminação – ideais preconizados por Le Corbusier. Inspirado nas paisagens brasileiras, criou uma arquitetura que se adaptou à região, ao clima e às tradições do país. Participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, como Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anísio Teixeira, Mário de Andrade, Osvaldo da Costa e Mário de Andrade, opinaram sobre o sucesso de Warchavchik, ao conseguir uma essência nacional na casa sem comprometer o objetivo de romper com os elementos tradicionais da Arquitetura.
A casa, hoje pertencente ao Estado de São Paulo, foi tombada em 1980 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado e reconhecida como Patrimônio Histórico pelo IPHAN, tornando-se um parque. O tombamento se deu por intermédio de moradores da região que queriam impedir a implantação de um loteamento residencial, proposto por uma construtora, para o local.

A Casa da Rua Itápolis

A casa da Rua Itápolis, no Pacaembu, em São Paulo, ficou em exposição de 26 de março a 20 de abril de 1930 e impulsionou a renovação arquitetônica brasileira, tornando-se uma referência e complementando a revolução assinalada pela "Semana de Arte Moderna de 1922".
No projeto, Warchavchik procurou resolver, de maneira mais estética possível, a questão econômica e funcional. Ao contrário do tradicional, eliminou corredores com a finalidade de obter mais espaço. Uma planta-baixa pequena, simples e econômica mudou a concepção de muitos a respeito da arquitetura moderna e passou a ser referência para o Estado.
Warchavchik recebeu muitos elogios, mas especiais foram os de Le Corbusier, já que era um admirador e seguidor de suas idéias. Le Corbusier, que visitou a casa ainda em construção, em 1929, admirou a plasticidade do muro em curva que separa o jardim social do quintal de serviço, dentre outros aspectos do projeto. Muito impressionado, decide, em uma reunião junto com outros intelectuais paulistas, na própria residência, que Warchavchik representaria não só o Brasil como toda a América do Sul, como delegado dos Congrès Internationaux d'Architecture Moderne (CIAM).

Warchavchik & Lúcio Costa

Um ano mais tarde, em função da Revolução de 1930, Lúcio Costa é convidado a assumir a direção da Escola Nacional de Belas Artes. Uma de suas providências foi convidar Warchavchik para lecionar no curso de Arquitetura. O convite foi aceito e enquanto dava aulas também produziu alguns projetos. Juntamente com Lúcio Costa, montou um escritório, onde Niemeyer trabalhou como desenhista.
A experiência como professor iria se encerrar em 1932, com a Revolução Constitucionalista. Porém, neste pouco tempo, conseguiu disseminar suas ideias, que influenciaram alguns estudantes da época: Affonso Eduardo Reidy, os irmãos Roberto, Jorge Moreira, dentre outros.

A Casa Modernista do Rio

A primeira casa de Warchavchik no Rio de Janeiro (1931) foi também a primeira casa modernista da cidade. Localizava-se no bairro de Copacabana e tinha como características arquitetônicas marcantes, o jogo de volumes, o aproveitamento do terreno acidentado, paredes lisas e ângulos retos, o uso de terraço, a boa ventilação e iluminação, poucas paredes e o uso de vários materiais nacionais, tanto para mobiliários, quanto para a sua construção.
Por ocasião da exposição da primeira Casa Modernista do Rio, Warchavchik publica o artigo "Arquitetura Viva". Neste artigo, defende a ideia de que cada povo deve refletir na arquitetura sua maneira de sentir. Por isso, acredita que um arquiteto não deve projetar baseando-se nas tradições, mas sim, na compreensão e concepção da vida, enfim deve idealizar uma "Arquitetura Viva".

Projetos

Estudo para um mausoléu – Odessa
Projeto de residências econômicas geminadas – Roma
Projeto de um prédio de quatro moradias – Roma
Projeto para uma Igreja rural – Roma
Estudo para um teatro – Roma
Projeto de uma residência – Roma
Residência Warchavchik – a primeira casa modernista do Brasil, em São Paulo.
  • 1929
Moradia para uma pequena família – São Paulo
Residência para um casal – São Paulo
Residência de João de Sousa Lima – São Paulo
Residência do Sr. Cândido da Silva – São Paulo
Casas econômicas em série – São Paulo
  • 1930
Blocos de casas econômicas para a classe média – São Paulo
Residência Luís da Silva Prado (Casa da Rua Bahia) – São Paulo
  • 1931
Residência de Antônio da Silva Prado Neto (Casa Silva Prado Neto) – São Paulo
A Casa Modernista do Rio – a primeira casa modernista do Rio de Janeiro
Sede Social do Clube Esportivo "Harmonia" – São Paulo
Imóvel de rendimento para o Sr. Lincoln Nodari - Rio de Janeiro
Residência para o Sr. Guimarães da Fonseca – Rio de Janeiro
Bar restaurante na Praia de Copacabana – Rio de Janeiro
Apartamento moderno da Avenida Atlântica – Rio de Janeiro
Residência para o Sr. F. Rolim Gonçalves
Casa para aluguel da Sra. D. Mário Gallo – Rio de Janeiro
Residência para o Sr. Alfredo Schwartz – Rio de Janeiro

Residência Duarte Coelho, na Gávea – Rio de Janeiro
Vila Operária na Gamboa – Rio de Janeiro
Residência para a Cia. Melhoramentos Gopouva – São Paulo

  • 1939
Prédio de apartamentos na Alameda Barão de Limeira – São Paulo
Anteprojeto para o Paço Municipal de São Paulo
  • 1954
Edifício de apartamentos Cícero Prado na Av. Rio Branco - São Paulo

OS MANIFESTOS DO FUTURISMO NA ARQUITETURA.
O futurismo foi anunciado ao mundo de modo contundente por seu extravagante divulgador, o poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti:
É a partir da Itália que fundamos agora o futurismo, com este manifesto de avassaladora e flamejante violência, pois queremos livrar este país da fétida gangrena de professores, arqueólogos, antiquários e retóricos.
O Manifesto Futurista, de autoria do poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti, é publicado em Paris em 1909. Nesse primeiro de uma série de manifestos veiculados até 1924, Marinetti declara a raiz italiana da nova estética: "...queremos libertar esse país (a Itália) de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários". Falando da Itália para o mundo, o futurismo coloca-se contra o "passadismo" burguês e o tradicionalismo cultural. À opressão do passado, o movimento opõe a glorificação do mundo moderno e da cidade industrial. A exaltação da máquina e da "beleza da velocidade", associada ao elogio da técnica e da ciência, torna-se emblemática da nova atitude estética e política. Uma outra sensibilidade, condicionada pela velocidade dos meios de comunicação, está na base das novas formas artísticas futuristas. Movimento de origem literária, o futurismo se expande com a adesão de um grupo de artistas reunidos em torno do Manifesto dos Pintores Futuristas e do Manifesto Técnico dos Pintores Futuristas (1910).
Os arquitetos Antonio Sant'Elia e Mario Chiattone entraram para o movimento em 1914 e expuseram desenhos para as cidades do futuro (Città nuova), que chamaram enorme atenção. O "Manifesto da arquitetura futurista" (1914), de Sant'Elia, pedia uma nova arquitetura para uma nova era, uma arquitetura que empregasse os materiais mais novos usando as tecnologias mais recentes, e que fosse concebida em torno das necessidades da vida moderna. Embora Sant'Elia fosse morto antes que sua nova cidade pudesse sair da prancheta, a fábrica da Fiat em Turim, projetada por Matté Trucco em um terreno de quarenta hectares - que fazia um uso inovador de sua cobertura plana de concreto, ao incorporar uma pista de testes onde os carros roncavam dia e noite, em cima das linhas de produção -, seria um exemplo contemporâneo válido de uma arquitetura visionária.
    
                          

FLÁVIO DE CARVALHO
Sua primeira incursão na arquitetura foi o projeto (não construído) para a sede do Palácio do Governo do Estado de São Paulo em 1927, concebido em grande parte como uma fortaleza um dos mais inovadores e polêmicos artista do modernista brasileiro.
Palácio do governo de Estado de São Paulo.

Um dos pioneiros da arquitetura moderna no Brasil foi autor de vários trabalhos na capital Paulista e em cidades do interior do estado, destacando-se entre outras o projeto de um conjunto de casas na Alameda Lorena em São Paulo  e o da sede da Fazenda Capuava, em Valinhos além disso recebeu prêmios por dois projetos para o Paço Municipal de São Paulo e pelo projeto do Farol do Colombo (1928). Foi também autor dos projetos para as sedes da Embaixada da Argentina, no Rio de Janeiro, 1928; da Universidade de Minas Gerais, em Belo Horizonte, 1929; e da Organização Pan-Americana de Saúde em Washington (1961).
Projeto para o Farol de Colombo, Flávio de Carvalho, 1929. Fonte: “Concours pour L`election d´un Phare a la Memoire de Christophe Colomb“, L´Union Pan-Americaine, 1931, p. 94

EXPRESSIONISMO
A arquitetura expressionista foi um movimento arquitetônico que desenvolveu-se na Europa setentrional durante as primeiras décadas do século XX paralelamente às artes visuais e representativas do Expressionismo.
O termo "Arquitetura expressionista" inicialmente descrevia as atividades das vanguardas alemã, neerlandesa, austríaca, tcheca e dinamarquesa desde 1910 até aproximadamente 1924. Subseqüentes redefinições estenderam o termo até 1905 e também ampliaram seu campo de ação para o restante da Europa. Hoje em dia, o conceito ampliou-se de tal modo, que chega a referir-se à arquitetura de qualquer período ou localização que apresente algumas das qualidades do movimento original tais como; distorção, fragmentação ou a comunicação de emoção violenta ou sobrecarga.
O estilo foi caracterizado por uma adoção pré-modernista de novos materiais, inovação formal e volumes extremamente incomuns, algumas vezes inspirados nas formas biomórficas naturais, algumas vezes por uma nova técnica oferecida pela grande produção de tijolos, aço e especialmente vidros. Muitos arquitetos expressionistas lutaram na Primeira Guerra Mundial e suas experiências, combinadas com as agitações política e social que seguiram-se à Revolução Espartaquista de 1919, resultaram em uma perspectiva utópica e em uma visão romântica do socialismo. As condições econômicas severamente limitaram o número de construções entre 1914 e o meio da década de 1920, fazendo com que muitos dos mais importantes trabalhos expressionistas permanecessem como projetos no papel, tais como a Arquitetura Alpina de Bruno Taut e os Formspiels de Hermann Finsterlin. Construções de exposições efêmeras eram numerosas e altamente significativas durante este período. A cenografia para teatros e filmes possibilitou uma outra saída para a imaginação expressionista e foi fonte de renda suplementar para muitos projetistas que tentaram desafiar convenções em um clima econômico severo.
Eventos importantes na arquitetura expressionista incluem; a Exposição Werkbund de 1914 em Colônia, a conclusão e temporada teatral do Grosses Schauspielhaus, Berlim em 1919, as cartas Glass Chain, e as atividades da Amsterdam School. O principal marco permanente existente do Expressionismo é a Torre Einstein de Erich Mendelsohn em Potsdam. Em 1925, a maioria dos principais arquitetos do Expressionismo tais como; Bruno Taut, Eric Mendelsohn, Walter Gropius, Mies van der Rohe e Hans Poelzig, juntamente com outros expressionistas das artes visuais, haviam voltado-se para o movimento da Neue Sachlichkeit (Nova Objetividade), uma aproximação mais prática e que rejeitou a agitação emocional do expressionismo. Poucos, particularmente Hans Scharoun, continuaram o trabalho em uma linguagem expressionista.
Em 1933, depois da tomada do poder pelos Nazistas na Alemanha, a arte expressionista foi proscrita como Arte degenerada. Até mesmo os estudiosos da década de 1970 chegaram a depreciar a influência dos expressionistas no International style, porém isto tem sido reavaliado nos últimos anos.
Pavilhão de Vidro por  fora.Pavilhão de Vidro por  dentro
                  Torre Einstein de Erich Mendelsohn em Potsdam


ORGANICISMO
A arquitetura orgânica, arquitetura organicista ou ainda organicismo foi uma escola da arquitetura moderna influenciada pelas idéias de Frank Lloyd Wright. Apesar de ter surgido nos EUA, desenvolveu-se ao redor de todo o mundo. Um arquiteto europeu considerado orgânico foi Alvar Aalto.
O conceito do organicismo foi desenvolvido através das pesquisas de Frank Lloyd Wright, que acreditava que uma casa deve nascer para atender às necessidades das pessoas e do caráter do país como um organismo vivo. Sua convicção era de que os edifícios influenciam profundamente as pessoas que neles residem, trabalham ou rezam, e por esse motivo o arquiteto é um modelador de homens.
De uma forma geral, a arquitetura orgânica é considerada como um contraponto (e em certo sentido, uma reação) à arquitetura racionalista influenciada pelo International style de origem européia.
A Casa das Canoas foi projetada em 1951 e construída em 1953 por Oscar Niemeyer para sua residência, na Rua Carvalho de Azevedo, na Estrada das Canoas, em São Conrado, cidade do Rio de Janeiro.
Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade, adaptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta.
Em 1949, Niemeyer havia construído uma casa de campo em Mendes, no estado do Rio de Janeiro. Quatro anos depois, constrói esta outra habitação que ele recorda prazerosa e frequentemente pela ideia do “teto de forma livre” experimentado na Casa do Baile na Pampulha, mas que depois menciona com oportuna e mais completa atenção. De fato, a obra constitui, na mágica integração entre espaços arquitetônicos abertos e ambiente natural de rocha, vegetação e água, uma das mais indiscutíveis obras-de-arte de Niemeyer.
No ano em que Oscar Niemeyer completou 100 anos, 2007, o IPHAN decidiu pelo tombamento de 35 obras de sua autoria e entre elas a Casa das Canoas.
   Planta baixa Casa Canoas Casa Canoas executadCasa Cascata

RACIONALISMO
A arquitetura racionalista é uma corrente surgida na Europa após a Primeira Guerra Mundial. A Art Nouveau, que rompeu com a contradição e sinalizou o primeiro passo fazia um plastificado das linhas construtivas, derivou em ornamentalismo vazio, pelo que no início do século XX originou-se de uma corrente que rechaçava o tal ornamento e aproveitava as descobertas da chamada Segunda Revolução Industrial, cujo objetivo era encontrar um caminho intermediário entre a renúncia à imitação do antigo e a um excessivo tecnicismo padronizador.
Conjugando todos os propósitos racionalizadores e funcionalistas da arquitetura da Revolução Industrial, que haviam encontrado seu campo de experimentação entre 1890 e 1914, formulam-se no pós-guerra distintas opções arquitetônicas de objetivos e métodos próximos, com um repertório formal com constantes relações até condicionar quase um estilo internacional que apresenta semelhanças com as vanguardas pictóricas, especialmente com o cubismo, baseada nos seguintes princípios:
• Esqueleto estrutural do edifício no lugar de simetria axial
• Predileção pelas formas geométricas simples, com critérios ortogonais
• Emprego da cor e do detalhe construtivo no lugar da decoração sobreposta
• Concepção dinâmica do espaço arquitetônico
• O uso limitado de materiais como o aço, o concreto ou o vidro (novos materiais)
Assim, pode-se dizer que o racionalismo arquitetônico, é a depuração do saturado, deixando somente o essencial, o prático e funcional para cada situação.
Na escola francesa destaca-se o importante trabalho de pesquisa do arquiteto Le Corbusier, principal figura do racionalismo europeu e mundial.
A Igreja São Francisco de Assis, também conhecida como Igreja da Pampulha, localizada nas margens da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte-MG, foi concebida pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto, com suas linhas arrojadas, é considerado um marco da arquitetura moderna brasileira ­— se tendo tornado um importante símbolo da capital do Estado.  A construção, terminada em 1945, começou a ser restaurada nos primeiros meses de 2005 visando recuperar, principalmente, rachaduras e infiltrações na cobertura (telhado) — abóbadas parabólicas cobertas por milhares de pastilhas cerâmicas. Decorando o exterior da Igreja há na fachada um Painel de Azulejos, em tons azuis, de autoria de Cândido Portinari, evocativo à São Francisco de Assis, o Santo protetor dos animais. No interior — confessionário, batistério, coro, púlpito e nas bancadas laterais — existem outros Painéis de Azulejos criados por Portinari.  Os jardins que circundam a Igreja foram projetados por Burle Marx.   Uma ocorrência inusitada aconteceu após o término da construção. As autoridades eclesiásticas não permitiram, durante muitos anos, a consagração da Igreja, porque chocadas pela forma nada ortodoxa da construção, bem como contrariadas pelos desenhos, com temas religiosos, do pintor modernista Portinari.
   
                                                                                                                       Modelo Le Corbusier


FUNCIONALISMO
O Funcionalismo, em arquitetura, é o princípio pelo qual o arquiteto que projeta um edifício deveria fazê-lo baseado na finalidade que terá esse edifício. Esta declaração é menos evidente do que parece em princípio e é motivo de confusão e controvérsia dentro da profissão, particularmente na visão da arquitetura moderna.
As origens do funcionalismo em edifícios podem-se remontar à tríade de Vitrúvio, onde a “utilitas” (traduzida também como “comodidade”, “conforto”, ou “utilidade”) vem junto com a “venustas” (beleza) e a “firmitas” (solidez) como uma das três metas clássicas da arquitetura.
Nos primeiros anos do século XX, o arquiteto de Chicago, Louis Sullivan popularizou a frase “a forma segue a função” para resumir sua crença de que o tamanho de um edifício, o volume, a distribuição do espaço e outras características devem ser norteadas somente pela função do edifício. Isto implica que se satisfeitos os aspectos funcionais, a beleza arquitetônica surgirá de forma natural.
Contudo, a crença de Sullivan é vista muitas vezes como irônica à luz do extensivo uso que faz de intrincados ornamentos, indo contra o que os arquitetos funcionalistas acreditam em comum de que os ornamentos não têm nenhuma função. A crença tão pouco deixa claro a que funções refere-se. O arquiteto de um edifício de moradias, por exemplo, pode facilmente estar em desacordo com os proprietários das mesmas sobre o que o edifício deveria parecer e ambos também em desacordo com futuros arrendatários. Todavia, “a forma segue a função” expressa uma idéia significativa e duradoura.
As raízes da arquitetura moderna baseiam-se no trabalho do arquiteto franco-suíço Le Corbusier e o alemão Mies van der Rohe. Ambos foram funcionalistas pelo menos no ponto que seus edifícios foram radicais simplificações de estilos anteriores. Em 1923 Mies van der Rohe trabalhava em Weimar, Alemanha e havia começado sua carreira de produzir estruturas de simplificações radicais e animadas por um amor ao detalhe que alcançaram a meta de Sullivan da beleza arquitetônica inerente. São famosas as palavras de Corbusier “uma casa é uma máquina onde vive-se nela” em seu livro Vers une architecture publicado em 1923. Este livro foi, e ainda é, muito influente e os primeiros trabalhos que fez, como a Villa Savoye em Poissy, França são tidos como protótipos de funcionalismo.
No meio da década de 1930, o funcionalismo começou a ser discutido como uma aproximação estética, mais que como uma questão de integridade de projeto. A idéia do funcionalismo foi combinada com a carência de ornamentação, que é uma questão bem diferente. Converteu-se em um termo pejorativo associado às formas mais pobres e mais brutais de cobrir um espaço, como formas baratas e comerciais de fazer edifícios, usados finalmente, por exemplo, no crítico academicismo da cúpula geodésica de Buckminster Fuller, simplesmente como sinônimo de “gauche”.
Nos anos setenta, o preeminente e influente arquiteto estado-unidense Philip Johnson sustentava que a profissão não tem nenhuma responsabilidade funcional de modo algum e esta é uma das opiniões que prevalecem hoje em dia. Johnson disse: “Não sei de onde vêm as formas, mas não tem nada que fazer com os aspectos funcionais ou sociológicos de nossa arquitetura”. A postura do arquiteto pós-moderno Peter Eisenman baseia-se em um teórico usuário hostil e mesmo mais extremo “Não faço a função”. Os arquitetos mais conhecidos no Ocidente, como Frank Gehry, Steven Holl, Richard Meier e Ieoh Ming Pei, vêem a si mesmos sobre tudo como artistas, com certa responsabilidade secundária de fazer seus edifícios funcionais para os clientes e/ou os usuários.

           

FORMALISMO
A forma plástica evoluiu na arquitetura em função das novas técnicas e dos novos materiais
que lhe dão aspectos diferentes e inovadores.

Primeiro, foram as formas robustas que as construções em pedra e argila obrigavam; depois, surgiram as abóbadas, os arcos e as ogivas, os vãos imensos, as formas livres e inesperadas que o concreto permite e os temas modernos solicitam.

Diante dessa evolução contínua e inevitável e dos programas que surgem, criados pela vida e pelo progresso, o arquiteto vem concebendo, através dos tempos, o seu projeto: frio e monótono ou belo e criador, conforme seu temperamento e sensibilidade. Para alguns, é a função que conta; para outros, inclui a beleza, a fantasia, a surpresa arquitetural que constitui, para mim, a própria arquitetura.

E essa preocupação de criar a beleza é, sem dúvida, uma das características mais evidentes do ser humano, em êxtase diante desse universo fascinante em que vive. E isso encontramos nas épocas mais remotas, com o nosso ancestral longínquo a pintar as paredes de sua caverna, antes mesmo de construir o seu pequeno abrigo.

E o mesmo se repete pelos tempos afora, a partir das pirâmides do Egito. Arquitetura-escultura. Forma solta e dominadora sob os espaços infinitos.

Foi o tempo da planta de dentro para fora, do ângulo reto, da máquina de habitar, da imposição dos sistemas construtivos, imitações funcionalistas.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos ver então que, Arquitetura moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e escolas arquitetônicos que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande parte do século XX e uma referência genérica que não traduz diferenças importantes entre arquitetos de uma mesma época. E que seu princípio foi o de renovar a arquitetura e rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento; principalmente a arquitetura do século XIX.

BIBLIOGRAFIA

- Google
- Wikipedia
- Blogs














































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